terça-feira, 17 de março de 2009

O amor proibído de Pedro e Inês de Castro


Mito do amor-paixão

São vários os sub-temas e mitos por detrás dos amores de Inês e Pedro, cada um deles tem dado lugar a inúmeras interpretações. Embora as interpretações sejam subjectivas e diferentes de si mesmas, a verdade é que todas elas têm algo comum: o mito do amor-paixão, que termina irremediavelmente na morte. Este mito tem sido um dos preferidos ao longo dos tempos, é aquele que faz o Homem sonhar, é aquele que causa uma certa compaixão e emoção. Tristão e Isolda; Romeu e Julieta; Helena e París; são todos casais que têm como destino um fim trágico. Esse destino surge a partir do momento que decidem tentar alcançar o impossível.


ROMEU E JULIETA
Romeu e Julieta é a primeira tragédia de William Shakespeare sobre dois adolescentes completamente apaixonados, cuja a "morte inoportuna" de ambos acaba unindo as famílias, que antes eram rivais. A vida dos dois protagonistas foi assunto de destaque na época e durou séculos. Ainda hoje, o romance dramático de Romeu e Julieta possui um valor completamente simbólico, como se divergisse o tipo do amor perfeito, aquele que suporta os preconceitos e os atritos. O drama shakespeariano nasceu clássico e aqueles que entram em contacto com este clássico, logo compreendem uma directa amorosa do sentimento amoroso tão admirável e poético.




TRISTÃO E ISOLDA
Tristão e Isolda é a versão escrita de uma lenda celta cujas origens remontam ao século IX. Conta a história de um jovem casal que, após encontrar-se de forma invulgar, apaixona-se, mas depara-se com diversos obstáculos políticos e sociais ao
seu amor.
Os muitos estudos históricos discordam das origens reais de ‘Tristão e Isolda’, tornando impossível identificar uma origem em comum para a lenda. Porém, há ecos de sua narrativa em diversas culturas.




HELENA E PÁRIS
Helena aparece em várias ocasiões na mitologia grega. Filha de Leda e de Zeus, ela era esposa de Menelau, rei de Esparta. Raptada pelo seu amante Paris, os dois foram a causa da Guerra de Tróia. Os gregos atacariam Tróia se Helena não lhes fosse devolvida.
Deste modo, Menelau e Paris acabam por se defrontar num duelo pelos olhos e sob os olhos de Helena, mas Afrodite logrou Paris. Esta obra de Homero termina com as lamentações de Helena.

Perspectiva Romântica

Era na famosa Quinta das Lágrimas, que Pedro e Inês se encontravam, sempre em segredo, de maneira a que nada perturbasse o seu amor. Da Quinta sai um cano estreito, hoje chamado "dos amores", que vai terminar a uma centena de metros do Convento. Seriam as águas que brotam da Fonte dos Amores para este cano que serviriam de transporte para as cartas de amor de Pedro para Inês. Diz a lenda que o príncipe as colocava em barquinhos de madeira que, seguindo a corrente, iriam até às mãos delicadas de Inês. Terá sido nas matas das Lágrimas que Inês foi assassinada pelos três validos de Afonso IV. Reza a lenda que esta se encontrava "posta em sossego", quando de repente se viu abordada pelos três homens, que a esfaquearam até à morte. Terão sido as lágrimas que Inês então chorou que fizeram nascer a Fonte das Lágrimas, onde o sangue que do seu corpo saiu ainda hoje está gravado na rocha, onde permanecerá para sempre.
Mal Pedro subiu ao trono, logo arranjou a morte dos assassinos de Inês, fazendo-o de uma forma cruel, arrancando os seus corações. Depois transladou o corpo da sua amada para Alcobaça. Já em Alcobaça diz-se que Inês foi coroada (Camões diz nos Lusíadas que Inês "depois de morta foi Rainha").

Mitificação

O caso “Inês de Castro” é intemporal e tornou-se universal. A sua história é a invocação ao amor personificado, transformado em mito, por amor e morte se entrelaçarem. Estranhos personagens e estranho amor, que percorrem literaturas e países, através do tempo. Tema literário do século XIV ao século XXI, que “entra devagar nos poemas e nas cidades. Nada é tão indestrutível como a sua morte” e o mito que continua a alimentar as “aras do Amor”.


As alterações resultantes da poetização de Camões - a mitificação

*
A morte de Inês é apresentada como o “assassinato de uma inocente, um crime hediondo”.
* Não há referências quanto à expulsão de Inês do país e nem à tensão das relações com D. Afonso IV.
* Inês é apresentada como vítima do amor e não das razões de Estado.
* Há o encontro entre a vítima e os algozes, a súplica, o orgulhoso discurso de heroína.
* Os cavaleiros arrancam das suas espadas e trespassam-lhe o peito.
* O poeta dá a Inês morte “nobre”, a espada, de frente para os algozes e com os “olhos levantando”.
* Camões impõe ao texto as características da tragédia clássica: a acção funesta, a lei das três unidades – acção, tempo e espaço, os sentimentos trágicos, a fatalidade, provocando o terror e a piedade nos leitores.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


Descobrimos também que existe uma ponte pedonal na bela cidade de Coimbra que deve o seu nome ao maravilhoso e eterno romance de D. Pedro e D. Inês de Castro. Foi inaugurada no dia 26 de Novembro de 2006.